Patrimônio é entendido muitas vezes como tijolo. No entanto, ações de empresas na bolsa são patrimônio também e seguindo essa linha de raciocínio, por que não as ações da sua empresa? Esse texto não pretende dar a fórmula mágica para alcançar o patrimônio, mas sim, buscar auxiliar no processo de avaliar se o sonho é de fato um bom negócio.
Primeiro, é importante começar explicando que há várias maneiras de fazer um cálculo sobre se o negócio é bom e não pretendemos aqui elencar as mesmas, mas sim dar parâmetros e passos para avaliação. Após ter a ideia e desenhar como vai funcionar o seu negócio, é hora de entender se o mesmo realmente pode ser viabilizado:
Comece entendendo em que mercado você está:
O mercado de combustível é um mercado de muito volume e derivado de uma commodity. Sendo assim, assumimos que é um mercado de pouca margem. Porém, juntando o volume com uma loja de conveniência 24h em que o preço é acima da média, podemos ter uma margem maior do que o esperado para o negócio. Cada segmento tem uma margem líquida (relação do lucro líquido em relação a receita liquida) e um ROI (retorno sobre capital investido) específico. Portanto, é importantíssimo saber se o seu foco se dará em volume, ou em capital intensivo, ou, atém mesmo, nos dois.
Pegue uma empresa de capital aberto para entender as relações de custos em relação a receita:
Mais importante que saber fazer o cálculo é saber usar as premissas que nele existem. Podemos construir um prédio considerando que o custo de construção vai ser o que o empreiteiro passou. Contudo, se o custo do prédio for menor que a média do CUB, com certeza algo de errado não está certo! Portanto, nesse momento é importante avaliar quais premissas vão ser utilizadas para o cálculo. Para tanto, traremos alguns de premissas
Receita:
i. Ticket médio por produto
ii. Quantidade de produto vendida por medida de tempo (hora, dia, mês)
iii. Sazonalidade da receita (verão, inverno, férias, final de semana)
iv. Publico alvo: quantidade de pessoas com capacidade de renda e aptidão por querer o produto. Esse ponto é extremamente difícil, mas geralmente nos relatórios de empresas de capital aberto eles demonstram como chegam na demanda.
Despesa
Recentemente postamos um artigo sobre como fazer um orçamento com base zero. Esse artigo servirá de base para as rubricas que vamos utilizar aqui, importante a leitura desse para complementaridade.
A importância do método OBZ
Assim que levantadas todas as rubricas do método, é importante comparar as estimativas feitas em relação a receita, ou seja, em uma empresa de serviços é logico de se esperar que o custo com pessoas seja maior que as despesas administrativas. No entanto, em uma empresa de info-produto, espera-se que o custo com marketing e comissão seja maior que o com pessoas, visto que o negócio busca ser escalável e com capacidade de automação;
Por fim e não menos importante, é essencial que se entenda a parte tributária. Nesse caso, se a empresa será do Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. Há regras especificas e vamos postar um artigo sobre isso, mas essencialmente aqui é importante ter um escritório de contabilidade e jurídico dando sustentação a matéria. Para fazermos o cálculo, pode ser usar o parâmetro de mercado sugerido.
A viabilidade de fato
Ainda que cada segmento de negócio tenha um modelo de viabilidade a ser seguido, todos contam com a mesma base: Fluxo de caixa. Desse modo, coloca-se a previsão de receita, as previsões de despesas e custos, chegando ao resultado mensal do negócio. Lógico que explicando assim parece óbvio e simples, porém esse artigo não tem o objetivo de vencer toda a matéria e, sim, de entregar aos poucos o conhecimento necessário para o seu planejamento. Contudo, caso haja o interesse em ter uma planilha, pode mandar e-mail para o contato do site que iremos enviar para você o modelo.
Quando montamos o fluxo de caixa e estima-se um aumento da receita, por consequência, há o aumento do custo variável. Desse modo, é importante que as seguintes análises sejam, também, verificadas:
Margem líquida: mede a eficiência do seu negócio perante o mercado, ou seja, quanto da sua receita você consegue transformar em fluxo de caixa. Basicamente, esse é o indicador mais importante na hora de fazer um “valuation” do seu negócio;
ROI: esse é um indicador para comparar com a TMA (taxa mínima de atratividade). Vamos supor que você vai abrir um negócio e vai custar R$ 100.000,00. Hoje, se investir o mesmo valor com a taxa de juros atual você vai receber aproximadamente R$ 8.000,00 por ano no CDB. A partir disso, se você investir R$100.000,00 em um negócio e rentabilizar seu investimento em mais de 8 mil por ano parece um negócio bom correto? Errado. O resultado de 8% ao ano no CDB é livre de risco, ou seja, é quase zero o risco de a instituição quebrar, diferente do mercado do seu negócio que pode mudar sob qualquer eventual fato em nossa economia. Por isso, é extremamente importante que você entenda qual taxa seu mercado cobra de atratividade para conseguir entender a relação de capital aplicado x retorno do seu investimento.
Por último, o lucro do negócio não é seu salário! É importante que nessa conta você coloque o custo de oportunidade do seu salário, caso de você trabalhar na sua empresa diretamente na operação. No dia a dia, é muito comum ver o empreendedor vivendo com lucro do negócio e fazendo o cálculo da margem líquida e do ROI errado. Obviamente, você não vai deixar seu saldo de caixa negativo apenas para cumprir o plano financeiro. Porém, na hora de analisar é extremamente necessário que esse número pese na conta.
Esperamos ter ajudado a darem o primeiro passo, caso cheguem ao fim desse texto empolgado em fazer a conta de um sonho seu, liga para a gente, porque queremos te ajudar a alcançá-lo!
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